O Crato viveu, entre os dias 13 e 15 de junho, um momento importante de sua identidade cultural. O Crato Junino 2025, promovido pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Cultura, transformou o Largo da RFFSA e o Mercado Walter Peixoto em cenários de festejos da tradição nordestina. Uma festa generosa em afeto, memória e sobretudo, em essência.
A cidade pulsou com a cadência do forró, dançado por todas as gerações. O evento contou com feiras autorais, exposições com narrativa de território, espetáculos de quadrilhas que emolduraram o espaço com cor, ritmo e ancestralidade. No domingo, foi o som matinal do Trio Forró Luz que deu o tom ao Mercado Municipal, numa manhã pra lá de animada.
Destaque entre as novidades deste ano, a Bebêteca emocionou pela sensibilidade. Criada especialmente para acolher famílias com crianças de 0 a 6 anos, ofereceu um ambiente calmo, aconchegante e funcional. A professora Ana Maria, que levou a pequena Alice, de apenas três anos, definiu a experiência como "encantadora". "Foi além do que esperava. A estrutura da Bebêteca mostra que essa festa pensa nas mães, nos filhos e no direito de todos estarem presentes com conforto e dignidade".
Para Fabiana Vieira, secretária municipal de Cultura, o evento confirma o laço do povo com suas raízes. "Celebrar o São João aqui é mais do que manter uma tradição. É declarar, em alto e bom som, o nosso amor por uma festa que traduz a alma do nordestino e a singularidade do Crato. Aqui, a cultura não é enfeite, é chão, é corpo e é coração".
A atmosfera era de cuidado e segurança
algo que o gerente comercial Lucas Sampaio fez questão de destacar. "Foi uma festa linda, organizada, segura. A revitalização do espaço trouxe um novo brilho. Gostei muito da estrutura, da diversidade e do respeito com o público".
O Crato Junino 2025 não se restringiu a uma programação. Foi um gesto coletivo de resistência cultural, onde o riso se misturou ao som da sanfona, e o passado dançou junto ao presente em harmonia. Um tempo suspenso, onde a cidade se lembrou
e nos lembrou de quem é e do que jamais deixará de ser. Legitimamente nordestina.