O primeiro dia do Seminário Estadual de Atualização do Programa de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB) foi marcado por muito conhecimento e compromisso dos participantes com o tema. Durante a abertura, as autoridades abordaram o que cada instituição já vinha realizando no sentido de prevenir o efeito da desertificação em seu nível de atuação - municipal, estadual ou nacional. O segundo dia de evento segue nesta terça-feira, 21, no Centro Cultural do Cariri, em Crato.
Os participantes foram recepcionados pela banda centenária cratense Irmãos Aniceto, no bosque do Centro Cultural. Em seguida, já durante a abertura oficial, foi transmitido um vídeo institucional de boas vindas e de apresentação das belezas naturais da cidade do Crato. Um convite a mergulhar na grandeza da Chapada do Araripe e na riqueza da cultura local.
Durante sua fala, o prefeito Zé Ailton Brasil destacou os esforços da administração municipal na prevenção do meio ambiente. "A Prefeitura do Crato tem atuado para contribuir no combate à desertificação, com a implantação de áreas de proteção ambiental, o fortalecimento da educação ambiental e das unidades de conservação, a produção e distribuição de mudas nativas, além da produção de bombinhas de sementes, como estratégias de proteção e preservação das nossas matas. Outras ações estão em fase de implementação, como a Brigada Municipal de combate a incêndios e a elaboração da Política Municipal de Arborização Urbana", comentou.
Para a representante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Edel Moraes, secretária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, é de suma importância o seminário acontecer neste momento em que todo o país está abalado com o desastre causado pelas mudanças climáticas no Rio Grande do Sul, com vistas no "esperançar".
"O plano é, antes de tudo, aprendizado de convivência e esse território tem sido um palco de vivência, de experiência, de ciência, de residência. Vocês têm mostrado a partir daqui que tecnologias sociais oriundas de povos e comunidades tradicionais, como o programa cisterna, pode se transformar em política pública", comentou.
Este seminário é o último evento estadual de um ciclo que será seguido de discussões regionais, com objetivo de subsidiar a construção do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). O documento deverá propor e planejar ações estratégicas concretas de curto, médio e longo prazos para combater a desertificação, mitigar os efeitos das secas e prevenir e reverter os quadros de degradação da terra.
Diversas autoridades também participaram do primeiro dia de evento, como o vice-prefeito André Barreto, os secretários municipais George Borges, Stephenson Ramalho e Amadeu de Freitas; a titular da Secitece, Sandra Monteiro; Eduardo Sávio, presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme); o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Alexandre Pires; os representantes dos deputados Fernando Santana e José Nobre Guimarães; da Universidade Federal do Cariri; além de muitas lideranças de movimentos sociais.
Espera-se que o Plano esteja concluído até o final de setembro, para que se inicie uma discussão no âmbito do governo federal e das empresas estatais federais. Em seguida, será levado para apresentação e negociação na COP16, que acontece em dezembro na Arábia Saudita.
A construção do PAB é uma iniciativa conjunta do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), através do Departamento de Combate à Desertificação, em colaboração com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).