A Prefeitura do Crato, através da Secretaria Municipal de Cultura (SECULT) está apoiando a 22ª. Edição da Romaria da Santa Cruz do Deserto, o evento é realizado pela Diocese do Crato e traz como tema desse ano "O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto e o Bem Viver"
De 19 a 25 de setembro será realizada a Semana Ecos do Caldeirão com programação cultural e religiosa enfatizando a história do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, movimento surgido no Crato, liderado pelo paraibano de Pilões de Dentro, José Lourenço Gomes da Silva, mais conhecido por beato José Lourenço.
Veja programação:
Dia 19 - Programa TV Mãe das Dores às 15h45;
Dia 20 - Anúncio da romaria na missa do Pe. Cícero às 6h;
Dia 21 - Participação no Programa Na Sombra do Pé de Juá TV Mãe das Dores às 15h45 e celebração no Assentamento 10 de Abril às 19h;
Dia 24 - Ensaio aberto "Suíte do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto com Pingo de Fortaleza e Rosenberg Cariri - orquestra e coro na Vila da Música em Crato às 18h;
Dia 25 - 22° Romaria da Santa Cruz do Deserto a partir das 7h.
No contexto da celebração da 22ª Romaria do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, a Vila da Música Monsenhor Ágio Augusto Moreira, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult/Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realizará de 20 a 24 de setembro, a oficina "Gravação e Mixagem". A atividade, voltada para técnicos(as), profissionais do som e da música tem parceria com a SECULT Crato e acontecerá no estúdio do equipamento nos períodos manhã e tarde, sendo facilitada pelo engenheiro de som Airton Montezuma.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfHxLeGGABpL X0_ifUsAiJKT4AywV_4ftyOg5vcWODBZm1eA/viewform
Na ocasião serão gravados áudios de voz solo, coro e instrumentais da produção. Artistas como Abidoral Jamacaru, Luiz Fidelis e Luciano Brayner participarão das gravações. A coordenação da oficina fica a cargo do artista Pingo de Fortaleza.
No sábado, dia 24, acontecerá o Ensaio aberto "Suíte do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto", no Auditório Izaíra Silvino, na Vila da Música, Crato, às 18h.
Missa no Caldeirão
No domingo, dia 25, acontecerá a missa de celebração da 22ª Romaria da Santa Cruz do Deserto no Caldeirão as 8h e as 10h, o show musical com a participação da Orquestra Solibel Jovem, o Coral da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e músicos convidados. Por meio do projeto "Suíte do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto", os artistas Pingo de Fortaleza e Rosemberg Cariry buscam fortalecer a memória e discussões acerca do espaço, que historicamente é marcado por suas organizações em defesa da agricultura familiar, do meio ambiente e da soberania alimentar.
Sobre a História do Caldeirão
Em 11 de maio de 1937, centenas de sertanejos, seguidores do beato paraibano José Lourenço foram massacrados pela Polícia e pelo Exército, na fazenda denominada Caldeirão, situada no Crato, Ceará. O episódio ficou conhecido como Massacre do Caldeirão. A terra havia sido doada aos romeiros pelo Padre Cícero no final da década de 1920. Conhecida como Caldeirão dos Jesuítas, passou a ser chamada de Caldeirão da Santa Cruz do Deserto pelos romeiros. No Caldeirão, cada família tinha sua casa e a produção era dividida entre todos. Na fazenda havia também um cemitério e uma igreja, construídos pelos próprios membros. A comunidade chegou a ter mais de mil habitantes.
O modo de vida comunitário e a sociedade igualitária atraíram famílias de todo sertão que abandonaram o trabalho árduo nos latifúndios para ir viver no Caldeirão. A comunidade rural começou a ser acusada de "comunista". Em 1937, sem a proteção de Padre Cícero, que falecera em 1934, o Caldeirão foi invadido e destruído pelas forças do governo de Getúlio Vargas. O número de mortos é até hoje desconhecido. Estimam-se 400 ou 700 mortos.