Médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e gerentes da Atenção Básica, além de representante da maternidade, estão participando de uma capacitação sobre a sífilis, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). O primeiro encontro foi presencial e a formação continua na modalidade online.
A formação é uma parceria com a Secretaria de Saúde do Ceará, e faz parte do projeto Sífilis Não, do Ministério da Saúde (MS) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
As ISTs caracterizam-se por infecções causadas por mais de 30 agentes diferentes - bactérias, vírus, fungos e protozoários, sendo transmitidas de maneira prioritária por contato sexual. Também podem ser transmitidas por contato sanguíneo, e da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Durante a capacitação dos ACS, foram abordados mitos e verdades da doença, discutido sobre Sífilis adquirida, Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita, "O ACS e sua atuação na pós-pandemia", "Papel do ACS no Enfrentamento da Sífilis na Rede de Atenção à Saúde
- Fluxograma" e, ainda, um estudo de caso.
J
á com os médicos e demais profissionais, além da apresentação do projeto, também foram abordados a Epidemiologia da sífilis e Importância da Vigilância, do Comitê e Notificações, com as palestrantes Vilani Matos, Telma Martins e Lea Barroso, da Secretaria de Saúde do Ceará.
Além do módulo presencial, os profissionais complementarão a formação com módulos online. De acordo com a enfermeira e gerente da Vigilância Epidemiológica e Imunização do Crato, Danielle Norões, "é um momento de reflexão sobre o tema e também sobre as práticas de prevenção e cuidado, e da importância da prevenção e do tratamento precoce".
Dados
O Boletim Epidemiológico do MS apontou que, em 2020, foram registrados no Brasil 115.371 casos de sífilis adquirida, 61.441 de sífilis em gestantes e 22.065 de sífilis congênita com 186 óbitos.
Em 2020, 38,8% das notificações de sífilis adquirida ocorreram em indivíduos entre 20 e 29 anos, e 56,4% das gestantes também tinham essa idade. Além disso, 56,4% das crianças que nasceram com sífilis congênita vieram de mães com idade entre 20 e 29 anos. Em Crato, em 2020, foram 14 casos de Sífilis em gestante e um caso de sífilis congênita.
Sobre a doença
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. Pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto. O Sistema Único de Saúde realiza testes para diagnósticos e também realiza o tratamento, com a penicilina benzatina.